A todos que estão aflitos e buscam a paz;
a todos que choram e buscam consolo;
a todos que lutam e buscam servir;
a todos que pecam e buscam salvação;
a todos que na solidão, buscam o amor;
a todos que, forasteiros buscam amizade;
a todos que em esperança buscam a
verdade;
a todos que, tendo encontrado a felicidade desejam compartilhá-la;
a estes e a todo aquele que busca um sentido para a vida, a igreja
cristã
militante das boas obras abre seu coração
e os acolhe em nome de Jesus
Cristo.
Para saber como era um culto cristão das primeiras décadas e dos primierios séculos do cristianismo, tomemos o testemunho do naturalista Plínio II (23 - 79), que nasceu e morreu ainda no primeiro século da era cristã. Por ser da verdade e ter livre acesso ao palácio imperial, Plínio II fez esta defesa dos cristãos, contra as perseguições movidas por Nero: O crime dos cristãos consiste apenas em ter o hábito de se reunir num determinado dia da semana, antes do amanhecer, e juntos repetirem uma forma estabelecida de oração, dirigida a Jesus Cristo como Deus, e assumir a obrigação de não cometer maldades, furtos, roubos, adultérios, nem mentir nem defraudar ninguém ...
Daí a minha conclusão de que a luta dos cristãos contra o seu próprio pecado precisa ser ritualizada; perceba que os cristãos primitivos repetirem uma forma estabelecida de oração, dirigida a Jesus Cristo como Deus; não era reza, era oração de gente simples, que lutava contra aquilo que Jesus diz ser pecado; que além da mentira, inclui ... os maus pensamentos, as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios, a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez; ... (Mc 7:21-23). Esta forma simples de culto cristão foi praticada durante um período de cerca de quatro séculos, até que foi transformado em reza, pelos doutores da igreja, que sob o comando do imperador Constantino (272 - 337), transformaram parte da igreja cristã, na igreja imperial que conhecemos hoje.
Felizmente, também é verdade que a igreja cristã militante das boas obras sempre existiu e que ... as portas do inferno não prevalecerão conta ela; (Mt 16:18); é isto que nos dá esperança de que voltemos a ter a sabedoria e o poder de Deus para anunciar o Evangelho com o poder de penetração na sociedade, que teve a igreja primitiva, descrito por Tertuliano (160 - 220), que assim fez o balanço dos resultados do evangelismo cristão, no mundo então conhecido, em apenas dois séculos: Nós somos um povo que surgiu ontem, mas nós já enchemos todos os lugares que pertenciam a vocês: cidades, ilhas, castelos, bairros, assembleias, campos, tribos, exércitos, palácios, o senado e o fórum. Nós só deixamos para vocês os vossos templos.
Pelo que foi descrito por Tertuliano, a igreja cristã militante das boas obras, não precisava de templos, a civilização atual também parece não precisar deles; tanto assim que os templos construídos pela igreja imperial também estão vazios. A igreja imperial não tem sofrido a oposição de perseguidores; antes, a sua autoridade tem sofrido a erosão provocada pela indiferença de uma civilização claramente cristã, construída sobre alicerces cristãos, mas que não é incentivada a permitir que Jesus se apresente a ela. Eu não estou me referindo à civilização ocidental, eu estou falando de toda a humanidade, que, neste início de século XXI, vive ... desgarrada e errante, como ovelha que não tem pastor (Mt 9:36).
O ritual cristão é uma forma de os cristãos estabelecerem um contato pessoal com Deus sem nenhuma intervenção humana. E, a oração é, sem dúvida, o ritual mais praticado pelos cristãos; a primeira referência bíblica que se tem sobre a oração vem do Mito da Criação Bíblico: A Sete também nasceu um filho, a quem pôs o nome de Enos. Foi nesse tempo, que os homens começaram a invocar o nome do Senhor (Gn 4:26). A oração é um ritual muito sagrado e deve ser uma invocação a Deus, com muita fé, e de acordo com o Evangelho. A oração, requer que as palavras do cristão sejam frutos de uma consciência voltada para o dever de guardar todos os mandamentos de Jesus, para que o seu conteúdo seja santo, por ter sido gerado com o auxílio do Espírito Santo, através do seu Dom, o Consolador, o Ajudador ou Paráclito. O cristão precisa fazer da oração um estilo de vida e um estado de permanente vigília, para não se esquecer de que o Evangelho é o código de conduta, segundo o qual ele deve viver.
Jesus não fez nenhuma oração de confissão de pecados, por nunca os haver cometido: Quem dentre vós me convence de pecado? (Jo 8:46); mas os cristãos precisam fazer orações de confissão de pecado, com muita frequência e em um estado de consciência tão honesto, que possa ser ouvido por Deus, que é onisciente. A oração de confissão de pecados deve preceder a qualquer outra forma de oração, porque a vida cristã é uma luta constante contra o pecado, na busca de sentido e eternidade para a vida, e uma vida de pecado não tem o menor sentido. Portanto, para que o cristão tenha uma percepção correta da reposta de Deus às suas orações, todas as suas petições devem ser dirigidas a Deus, após confissão de pecados e mediante compromisso de se esforçar para não cometer o mesmo pecado confessado.
Além das orações de confissão de pecados e de petição, os cristãos precisam fazer orações de gratidão. Este tipo de oração, feita por Jesus, marcou fortemente as relações dele com as pessoas humildes, ao considerar que Deus revela sua face às pessoas que o buscam de todo o coração: Naquele tempo falou Jesus, dizendo: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos (Mt 11:25). A oração de gratidão deve sempre ser precedida pela oração de confissão de pecados, porque a oração de gratidão funciona como a chama de uma lamparina que ilumina a estrada da vida do cristão; mas, se a lamparina não tiver combustível, ou se seu pavio estiver corrompido, a estrada da vida do cristão não será iluminada. Por isto, a oração de confissão de pecados, que funciona como o combustível da lamparina, deve sempre preceder a oração de gratidão. Que fique claro que os três principais tipos de orações cristãs são: confissão de pecados, gratidão e petição; e que não se trata necessariamente de orações separadas, elas quase sempre são segmentos de uma mesma oração.
A oração é um ritual cristão, e por ser ritual, tem por objetivo permitir que o cristão estabeleça um relacionamento pessoal com Deus, sem nenhuma intervenção humana; o ensino de Jesus é a regra máxima para a prática da oração, que não pode ser confundida com reza pagã: E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lhe pedirdes (Mt 6:7-8). Como a oração é uma conversa com Deus, a prática da oração pressupõe mudança de vida e não o reconhecimento de que já somos justos, porque, segundo alguns pressupostos apostólicos, a igreja é santa, mas Jesus não ensina deste modo: Propôs também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo para orar; um fariseu, e o outro publicano. O fariseu, de pé, assim orava consigo mesmo: ó Deus, graças te dou que não sou como os demais homens, roubadores, injustos, adúlteros, nem ainda com este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto ganho. Mas o publicano, estando em pé de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ó Deus, sê propício a mim, o pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado; mas o que a si mesmo se humilhar será exaltado. (Lc 18:9-14).
Os publicanos eram cobradores de impostos romanos; os judeus, que praticavam uma religião imperial, consideravam que cobrar impostos fosse um dos pecados mais graves que alguém poderia cometer, porque eles davam o dízimo e se consideravam isentos dos impostos que o império romano cobrava; Jesus não nos ensinou assim. Ele ensinou que devemos viver em um mundo secular, sem a superestrutura religiosa que os judeus haviam construído e que a igreja adotou mais tarde, da qual não parece ter interesse de se livrar. Perceba que o fariseu compareceu ao templo apenas para contemplar seu estado de justiça, enquanto o publicano compareceu ao templo para fazer sua oração a Deus, e começou da maneira mais correta possível, pela confissão de pecados.
As recomendações abaixo se baseiam em experiências de longa data, do autor deste site e sua família, que têm se reunido pelo menos uma vez por semana para reafirmar os três princípios fundamentais do Evangelho, sobre os quais o cristianismo se apoia: o primeiro deles é que Jesus Cristo é quem diz ser, e os judeus que não creram, o mataram com esta justificativa: Não é por nenhuma obra boa que vamos apedrejar-te, mas por blasfêmia; e porque, sendo tu homem, te fazes Deus. (Jo 10:33); o segundo fundamento é que não é possível alguém ser cristão se esta pessoa não for da verdade; Jesus afirma: ... Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. (Jo 18:37); e o terceiro fundamento é que Jesus morreu para ... congregar num só corpo os filhos de Deus que estão dispersos (Jo 11:52).
... Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada. Mt 15:13
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